E agora, como se não bastasse o medo de altura, ando evitando fazer as contas de quanto gasto com cópias, salgados e pães de queijo. Mas ora, veja bem, isto é perfeitamente compreensível.
Acontece que muitas coisas são tão necessárias quanto as cópias dos textos da faculdade e tão deliciosamente recebidas com alegria quanto os salgados e os pães de queijo do terminal de ônibus. Devo confessar, no entanto, que cedo mais aos pães de queijo do que aos salgados: dez pães de queijo por R$ 1, 50 é alegria para a minha carteira!
E eu passo por lá todos os dias... Se a fila do ônibus está pequena, penso: "vamos comemorar, Isabela! Compremos pão de queijo!" e se a fila está grande: "poxa, que triste, meu bem. Vamos, vamos comprar pão de queijo, pelo menos assim você se distrai na fila." O fato de vender pão de queijo na mesma plataforma do meu ônibus e ser inevitável passar por lá não me ajuda. Mas deixa, deixa que eu faço as contas. Faço as contas só para ver quantos pães de queijo correspondem às cópias do mês todo.
A vida é mesmo assim, não adianta ter medo. Nós temos que passar por pontes, e as pontes são altas. Nós temos que ter dinheiro para o próximo mês, e isto inclui saber o quanto se gasta. O problema não é o pão de queijo, é que a vida não deixa ninguém quietinho com os seus medos.
Isabela C. Santos
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