Era nosso dia, era quase nossa hora, era quase nosso lugar. Caminhei, observei as flores, as pessoas, algumas eu não conhecia, olhavam para os lados quando eu sorria (talvez estivessem pensando se aquele sorriso era mesmo para elas). Cheguei um pouco mais cedo, como era de costume, nos encontraríamos ali em frente a velha porta em um dos lugares mais lindos do parque (o que havia atrás da porta? Por favor, não me faça perguntas difíceis, era uma daquelas portas misteriosas que ninguém sabe o que esconde, como algumas pessoas tão fechadas quanto estas portas charmosas). Esperei cinco minutos. Finalmente não era apenas nosso dia, nosso lugar, mas também a nossa hora. Um, dois, três, quatro, mais cinco minutos e depois mais cinco, mais cinco, mais cinco e mais cinco. Cheguei mais perto e na velha porta havia um bilhete que dizia:
Fui logo ali, volto já. Volto outro dia: no nosso dia, na nossa hora, no nosso lugar.
Isabela C. Santos
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