Antes de mais nada devo dizer que achei este texto no meu bloco de notas de um celular antigo e não me reconheci. Quando o escrevi já escrevi como se fosse um outro alguém, e tempos depois o distanciamento foi ainda maior. Do meu bloco de notas para vocês.
As paixões pedem tempo. Tempo para serem vividas, tempo para serem superadas.
Quando me senti pronta para amar outra vez, senti o amor dentro de mim. Era algo bom, que sabia que queria ser direcionado a outra pessoa.
Quando me senti pronta para amar, temi. Temi enganar-me buscando sentir tudo aquilo que já havia sentido e muito mais. Temi projetar em outra pessoa tudo de bom que estava querendo sair de mim. Ora, era isso mesmo que deveria acontecer, mas se acontecesse com a pessoa errada outra vez, traria sérias consequências.
Quando me senti pronta parar amar percebi que não havia uma escolha racional a ser feita: quem iria se submeter a tantos riscos por meio de pura racionalidade? Compreendi que precisava do encanto.
A paixão mostra o encanto. A paixão é o encanto. Depois de viver este encanto ninguém se arrisca com tanta facilidade como antes. Não é apenas dar oportunidade para as coisas acontecerem, é sentir as coisas acontecerem. Sentir saudade, falta, vontade. Vontade de conversar, de estar junto. Sorrir, soltar riso fácil.
Quando me senti pronta para amar, finalmente compreendi, que tinha que esperar o encanto bater à minha porta outra vez.
Desejei a paz e a felicidade que os meus olhos transparecem ao enxergar o voo das borboletas, mas descobri que precisava das borboletas para isso: as que eu pudesse ver e as que eu pudesse sentir (talvez no estômago).
Isabela C. Santos
Comentários
Seu texto está carregado de um amadurecimento e de uma clareza em ver o amor que me encanta. E com sua palavras talvez eu esteja, por agora, inconscientemente aprendendo, e depois, daqui uns dias, uns meses, a clareza me ajude a enxergar e a me mostrar mais meu auto-conhecimento e eu carregue comigo esse aprendizado.
Um abraço!