Pular para o conteúdo principal

Postagens

 Queria um dia voltar a escrever como antes. Não da mesma forma, mas escrever mais. Ao mesmo tempo, fico me perguntando se ainda há tanto a ser dito... Parece que há tanta informação ao meu redor que às vezes fico saturada, desejando apenas o silêncio e a contemplação. Mas no fim é tão bom poder guardar alguns momentos através dos textos... Se eu pudesse, guardaria nesse aqui o cheiro do ar da manhã que acabou de nascer e o canto dos pássaros.
Postagens recentes

Chuva

O pequeno já dormiu. Apago as luzes, puxo as cortinas e percebo que está chovendo. Ah... Esse doce som. Como se não bastasse ouvi-la, afasto a cortina e abro a janela para poder sentir o cheiro: aquele cheiro úmido de chuva no asfalto, na terra... Vejo as gotas que caem perto das luzes na rua e aquelas que caem ao chão. Fecho a janela e puxo a cortina outra vez. Hoje o sono será embalado ao som da chuva: é como ganhar um presente.
Ultimamente a saudade não tem perdoado. Ultimamente, como se não bastasse as velhas saudades, ainda veio acompanhar uma saudade recente. Saudades de pessoas especiais. Saudades de detalhes que só aquelas pessoas proporcionaram... Às vezes o que sinto, apesar das perdas, é gratidão. Gratidão por coisas tão pequenas significarem tanto, por esses detalhes que doem, mas ao mesmo tempo fazem um carinho na memória que, desesperada, tenta guardar cada lembrança. Gratidão por ter conhecido e sido cativada por cada um que agora me dói estar longe. A vida é efêmera, mas o que fica para quem está aqui são as memórias, os sentimentos despertados, as vivências, as histórias contadas entre risos (e às vezes lágrimas e risos).  Cada dia é mais difícil ouvir O Anjo Mais Velho sem lembrar de alguém ou cantar Gostava Tanto de Você. Nunca em minhas releituras de O Pequeno Príncipe eu quis tanto chorar. Agora você deve estar se perguntando aonde quero chegar e, bem, eu não sei. Talvez essa seja mais uma t
Você já se orgulhou verdadeiramente por alguém? Já se permitiu a verdadeira alegria por uma conquista grandiosa e merecida de alguém que você torce na vida? Nessa semana eu me orgulhei e, embora não fosse a primeira vez, foi como se fosse. Eu havia me esquecido como era querer pular, gritar e abraçar alguém dizendo "parabéns" ao mesmo tempo em que o coração parecia tão grande que mal cabia no peito. Uma alegria por uma conquista que nem de longe tinha algum mérito meu. A alegria de ver um esforço dando seu mais belo fruto, de um trabalho estar sendo reconhecido. Essa alegria foi tão grande que, mesmo mais tarde eu sentindo uma agonia por "sei lá o que exatamente, mas talvez por tudo isso que anda acontecendo e se juntando em uma coisa só", a maior sensação agora, aquilo que mais consigo sentir, é esse orgulho alegre. Orgulho alegre que não se prende em expectativas, mas se baseia no presente. Permita-se torcer genuinamente por alguém, colocar-se como um admirador qu

Uma reflexão às 02:32

Às vezes entro aqui e me pego lendo alguns textos com saudades, nostalgia pura. Sabe o que é engraçado? Apesar de reviver alguns sentimentos com certa melancolia, não voltaria no tempo.  Guardo minhas reflexões e sentimentos com carinho, mas na esperança de viver dias melhores e mais ricos. Não que os momentos aqui guardados não sejam ricos, são pequenas riquezas colecionáveis, mas passaram; farão sentindo com algo mais daqui por diante, não só pelos seus significados na época, mas pelas ressignificações que sofreram. E haja ressignificações e mudanças nessa vida! Aliás, que haja leveza, quando a pudermos ter, porque sei que às vezes a gente sente o peso daquilo que nos rodeia, daquilo com o que brincamos de malabares o tempo todo e em um segundo acabamos deixando cair no chão.  A vida tem seu peso, mas sigo buscando os momentos de leveza para suportar com sanidade aqueles outros, que exigem mais de nós. Sigo admirando o sol se pôr, observando as pessoas caminhando na rua, rindo coisas

Nós andamos por aí

Andamos pelas calçadas, atravessamos as ruas, reparamos nos carros e nos cachorros pelo caminho. Vimos os passarinhos, trocamos carinhos e repetimos palavras sorrindo. E andando, acenamos! Acenamos para as casas, plantas, pessoas e bichinhos.  Nós andamos por aí e atravessamos o tempo aproveitando o nosso momento feito presente divino. Isabela C. Santos  

"Chá"?

- Chá, chá! - dizia ele. - O que é "chá", meu amor? Mostra para a mamãe! - ela deu sua mão a ele, para que a guiasse como tantas outras vezes, mas chegando à cozinha e olhando ao redor, falhou. - Chá, chá! - continuava dizendo o pequeno, agora ao seu pai que, intrigado, observava o menino arrastar a cadeira para a cozinha. - "Chá"? - perguntou o pai, mais uma vez, enquanto o menino subia na cadeira para alcançar a bancada. - Chá! Chá! - exclamava o menino, enquanto retirava algumas bolachas de um pacote e colocava-as em um pequeno pote. Nem sempre as pessoas entendem tudo o que queremos dizer, embora muitas vezes as coisas nos pareçam tão claras. Isabela C. Santos