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Mostrando postagens de outubro, 2012

Pare!

     Vamos, vamos lá. Vamos pensar um pouco sobre esse tempo todo que gastamos de um lugar ao outro. Some a hora que você gasta para ir à faculdade e as duas horas necessárias para voltar para o conforto do seu lar. Sim, três horas no ponto de ônibus, no ônibus, no terminal e no ônibus outra vez. Três horas para observar as pessoas, ler textos, ouvir música, conversar com estranhos (ah, isso é muito curioso!), olhar pela janela, pensar no que vai fazer no final de semana, pensar no que vai fazer na próxima semana, pensar no que vai fazer no próximo mês, planejar suas horas de estudos independentes.      Não sei qual dessas coisas  que eu gosto de fazer mais, talvez observar as pessoas. Já reparou naquelas pessoas que sempre estão no mesmo ônibus que você? Na diferença de disposição e humor do horário em que você está indo para o horário que você está voltando? Sempre que volto vejo alguém mal-humorado, tenho certeza de que as filas imensas no terminal, o ônibus lotado e um dia de t
    É engraçado como a rotina nos faz deixar de observar. Me lembro da primeira vez que fui para a faculdade (quando fui fazer a matrícula, acompanhada pelo meu pai): um caminho muito interessante, com casas bonitas, trechos com muitas árvores, boa parte do caminho em uma mesma avenida cheia de empresas de todos os ramos. Tudo isso era demais. O caminho era lindo. Bom, ainda gosto da rota, mas às vezes acabo percorrendo o caminho de forma automática, sem prestar atenção, até que olho para o lado e penso "Ei, essa casa já estava aí? Que jardim lindo! Será que consigo fazer algo parecido com isso no quintal lá de casa?" e percebo que estou perdendo minutos do meu dia entrando em "modo automático" durante o percurso da minha casa até a faculdade e da faculdade até minha casa. Perdendo a oportunidade de apreciar muitas coisas.

O guardanapo

    Dia de sol, calor em São Paulo, início do primeiro semestre de 2012, 13h: estou esperando o ônibus sair do terminal. Após passar pela catraca e me acomodar, retiro da bolsa o texto da aula do dia seguinte. Percebo alguém entrando no ônibus: uma moça de cabelos cacheados segurando um pacote do McDonald's. A moça passa pela catraca, senta no banco da fileira ao lado da minha. Coloca o pacote no colo, tira a caixa do lanche do pacote, abre a caixinha e coloca o guardanapo que tirou do pacotinho sobre o lanche. Fecha a caixa. Vira a caixa para baixo e a abre outra vez, embrulhando o lanche com o guardanapo logo em seguida.           Aprendi a colocar o guardanapo no meu lanche de um modo prático, voltei a ler o texto e o ônibus partiu. Desci no meu destino, a moça continuou no ônibus e o meu modo de colocar o guardanapo no lanche mudou para sempre.