São em noites assim, longas, onde mesmo cansada não consigo dormir, que as lembranças me fazem uma visita, com direito a chá, álbuns antigos e vídeos de família. São lembranças assim que trazem a saudade que não pode ser saciada porque há limites que não podem ser ultrapassados. E sei que algumas coisas me trazem com maior força essas lembranças; talvez o ursinho na minha cama, o meu cabelo curto, saber que existe o mês de setembro, o café, as novelas, a jaqueta no armário, a minha alergia, o seu óculos na gaveta do meu segundo quarto... a minha segunda casa. É por haver lembranças que trazem saudade que me dou conta do quanto muitas vezes não valorizei o presente, conta de quanto tempo desperdicei. Ah, meu bem... Todo mundo já desperdiçou tempo na vida, não foi? Todos nos enganamos um dia, nos arrependemos, deixamos de estar presente em algum encontro e, no final das contas, nada preencheria o espaço daquele momento, nada teria sido melhor do que um último dia mais próximo
pois elas nunca nos deixam totalmente.