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Mostrando postagens de maio, 2014

Por haver coisas assim

    São em noites assim, longas, onde mesmo cansada não consigo dormir, que as lembranças me fazem uma visita, com direito a chá, álbuns antigos e vídeos de família. São lembranças assim que trazem a saudade que não pode ser saciada porque há limites que não podem ser ultrapassados. E sei que algumas coisas me trazem com maior força essas lembranças; talvez o ursinho na minha cama, o meu cabelo curto, saber que existe o mês de setembro, o café, as novelas, a jaqueta no armário, a minha alergia, o seu óculos na gaveta do meu segundo quarto... a minha segunda casa. É por haver lembranças que trazem saudade que me dou conta do quanto muitas vezes não valorizei o presente, conta de quanto tempo desperdicei.     Ah, meu bem... Todo mundo já desperdiçou tempo na vida, não foi? Todos nos enganamos um dia, nos arrependemos, deixamos de estar presente em algum encontro e, no final das contas, nada preencheria o espaço daquele momento, nada teria sido melhor do que um último dia mais próximo

Duas décadas

    E então são 20. Vinte anos. Dos primeiros eu não me lembro, mas me contam. Lembro-me de alguns momentos, aliás, isso acontece com a minha vida toda. Nem tudo fica guardado, ou fica tão fácil de lembrar, talvez se alguém me perguntar... A primeira palavra que aprendi na escola (jacaré), a primeira estória que li (O Mágico de Oz), a maior arte que já aprontei (colocar a chave do armário do trabalho da minha mãe na tomada; ou foi andar de motoca com o vestido de dama de honra?), o que eu fazia na volta da escolinha (assistia Chaves), o que eu mais gostava que meu pai me preparasse (laranja com sal), do que eu sentia mais medo (escuro), o que eu fazia quando ficava muito assustada (corria para os meus pais) eu vá misturar o que eu realmente me lembro com o me contaram.      De uns tempos pra cá quando faço aniversário mais do que a indecisão na hora do parabéns (afinal alguém sabe o que fazer? Sorrir? Cantar e bater palmas também?) algo que me marca são as coisas que se passaram,

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O que posso dizer meu bem? As coisas mudam (e como mudam), tempos difíceis vem e vão, bons momentos podem acontecer todos os dias e a vida... É repleta de surpresas!

Talvez com o tempo

    Talvez seja assim mesmo: pode ser que com o tempo a gente aprenda a falar um pouco menos. Acreditar, sim, mas guardar as coisas por mais tempo. Você entende? Sabe, algo como "não precisamos dizer por aí que somos grandes amigos, podemos apenas ser grandes amigos". Talvez nos calemos para que as palavras ditas não nos traiam. Como saber do futuro? Que circunstâncias iremos enfrentar?       Às vezes palavras tão sinceras não se cumprem, porque algumas coisas mudam e, meu bem, vou lhe dizer, mais uma vez: nem tudo está sob nosso controle, por mais que algumas vezes possamos ter essa certeza. As coisas mudam, as pessoas mudam. Pode ser que uma grande amizade acabe por algum motivo, mas o tempo passado não deixará de ter valor. O que quero dizer é bem simples: mais do que firmar nossos relacionamentos em palavras, é importante viver o agora, demonstrar neste momento, em ações, o valor que as pessoas têm para você.   Isabela C. Santos