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Mostrando postagens de setembro, 2013

Ela não sabia como

Ela imaginava que seria como em um filme ou como nos livros. Era desastrada, talvez se encontrassem em um esbarrão, talvez tudo caísse no chão quando ela fosse se levantar de algum banco em algum lugar por aí, quem sabe eles estivessem andando distraídos e batessem suas cabeças, ou até mesmo que ela estivesse perdida e precisasse de informação. Tinha esperança de que eles se encontrassem algum dia, não sabia como. Talvez o como não importasse tanto assim, afinal, não basta a história ser bonita para se sustentar. Giovanna sonhava e sorria, pensava e distraía. Podia ser como nos filmes e nos livros, talvez não. Um dia ela o encontrou, ninguém os apresentou, ninguém se machucou, ela não precisou disfarçar o olhar porque não o viu se aproximar, não sorriu quando o viu: estranhou. Mas isso ela guardou para si e tiveram uma boa conversa. Uma conversa que desejou que nunca mais acabasse. E quando chegou a hora de ir embora não quis se despedir, preferiu trocar o adeus pelo até logo. I

Eu sei

    Eu sei, meu bem, são mesmo muitas histórias. Eu sei, são muitos fins de tardes, muitos começos de noite, muitas madrugadas. Eu sei, meu bem, é o tempo, a saudade, o sentimento e até o cheiro (logo algo tão simples!). Eu sei, meu bem, eu sei. E também sei, meu bem, que não há nada que eu possa dizer que explique o que você passou e tem passado, não é? É, é sim. Eu sei, meu bem. Eu sei.  Isabela C. Santos

Desejo a você

    Desejo a você dias em que pequenos detalhes te façam sorrir fácil , momentos em que você pense "nossa, como gosto da minha vida , tenho tanto pelo que me alegrar, Deus caprichou". Desejo que você possa ouvir o som da chuva antes de dormir, tenha bons sonhos, saboreie comidas apetitosas, esteja sempre em boa companhia. Meu desejo é que você viva momentos em que sinta o prazer de fazer nada, momentos em que você sinta a paz de ter feito a coisa certa. Desejo a você até mesmo as coisas mais simples (mas que fazem bem) como escolher lugar no ônibus, comer bolinhos de chuva com açúcar e canela,  admirar um jardim florido e o voo das borboletas, observar as nuvens, sentir o cheirinho especial do ar da madrugada, que você possa ouvir sua música predileta em alto e bom som numa tarde em casa, que você se lembre de erguer os olhos e olhar a Lua, que um bebê sorria para você, que uma criança te dê um abraço e deixe transparecer o quanto ela gosta de você.      Ah, m

Shiu

    Olha, faz assim, a gente fica bem quietinha. Quietinha como quando a gente era criança e tinha que fazer silêncio para não ser encontrada no esconde-esconde e quem sabe até salvar o mundo. Quietinha como quando a professora deixava escrever o nome na lousa quem fosse escolhido no jogo do silêncio. Quietinha como quando a gente queria ouvir o que as pessoas estavam falando. Então faz assim, tá? A gente fica bem quietinha e observa. Você já viu a Lua hoje? Isabela C. Santos

Um dia de sol

    Gabriela sentou na janela de seu quarto com os pés apoiados no muro da varanda para tomar sol. Alguns anos atrás (mais ou menos uns cinco anos) Gabriela costumava fazer isso ao menos uma vez na semana. Veja bem, ela não se dava conta, não era rotina, não era planejado: apenas queria tomar sol e ia, assim como quando se deitava no chão em dias de calor para relaxar no piso frio. Há muito tempo Gabriela havia se esquecido de como isso era bom.     Ela observou a paisagem, lembrou-se de como imaginava que seria morar do outro lado da avenida, onde haviam somente árvores, mato e animais. Sonhava que poderia construir uma casa na árvore, viver mais ou menos como o Tarzan, mas tinha medo. Não queria viver sozinha, tinha medo de cobras e do que mais pudesse encontrar. Teria comida, água? Como faria sem shampoo e tudo o mais que estava acostumada a usar? Não, não daria certo. Era um sonho muito mais bonito como um sonho, longe de se tornar real, mas guardado com carinho, bem escondido

É a imprevisibilidade

    Nicole havia acordado mais tarde do que deveria (o que não era raro), estava quase atrasada. Tomar o café da manhã correndo (às 12:30) já havia se tornado rotina, dizer para a avó que não iria almoçar porque, afinal, "já deveria estar no ponto de ônibus" também não era novidade. Nicole não era do tipo que se arriscava, mas quanto ao horário, podemos dizer que ela o desafiava sempre. Nicole andou (quase correndo) para não perder o ônibus. Por mais incrível que pareça, naquele dia Nicole conseguiu chegar ao terminal de ônibus oito minutos antes do horário que o ônibus costumava partir (ele costumava estar pronto para os passageiros se sentarem dez minutos antes deste horário). Mas... O ônibus não estava lá. A fila estava maior do que o normal. O horário apertado... Nicole se atrasou. E mesmo que ela tivesse acordado mais cedo de nada adiantaria. Nunca se sabe... é a imprevisibilidade da vida humana. Isabela C. Santos

Tic tac, tic tac

    Jéssica deveria estar dormindo e sabia disso. O despertador tocaria dali sete horas. O que fazer quando o som do relógio parece tão interessante a ponto de tirar o sono? Mais do que dormir simplesmente, Jéssica precisava de um daqueles seus bons e estranhos sonhos, aqueles que não fazem sentido algum, mas divertem que é uma beleza. Tic tac, tic tac, tic tac, tic tac... Veja, um ornitorrinco dançando tango com uma joaninha gigante (do mesmo tamanho que ele). Isabela C. Santos

Oi, preciso perguntar

    Oi... Olha, não me leve a mal, sabe que só quero o seu bem, preciso perguntar, já tentei me segurar, já me questionei se você seria sincero, se não era melhor eu me calar, se você iria me ignorar, se eu não iria piorar tudo, se ainda faz sentido querer saber, se você não iria se incomodar. Desculpa, tentei me segurar, me distrair, olhar o teto, as sombras na parede, ouvir os sons dos pássaros (ou o barulho dos carros, que é bem mais fácil), cuidar das plantas, assistir televisão, ler um livro, sorrir para crianças desconhecidas, olhar a Lua e as estrelas, escrever um poema, assistir um filme, comer besteira, aprender a cozinhar... Mas não consegui, então me diz... Como você está?   Isabela C. Santos

Não me deixe esquecer

    Não me deixe esquecer de tudo o que foi bom. Não permita que o tempo me faça esquecer as péssimas piadas e os sorrisos sem motivo aparente ou aquelas velhas brincadeiras transportadas de outro contexto. Que o fim, ou o até logo, não apague tudo o que se passou. Isso é horrível, não é? O modo como em algumas situações conseguimos esquecer das coisas boas, mesmo que não haja coisas ruins para nos prender. Isso é mesmo horrível. Mas olha, não me deixe esquecer. Permita-me lembrar de tudo o que me fez tão bem. Isabela C. Santos

Às vezes acontece

    Oh, meu bem... tudo bem você não estar tão bem. Sabe, às vezes acontece. Quem está alegre o tempo todo na vida? Vou te contar um segredo, mas que não saia daqui, que não saia de nós: isso acontece com todos, temos de lidar com isso. Deixe-se tranquilizar e espere. Espere e descubra, mas não deixe que a ansiedade tome conta de você e te angustie, não se deixe agoniar. Apenas espere. Isabela C. Santos