É fim de semana e a tarde já está se despedindo em um dos parques mais movimentados da cidade. Na ciclovia, três adultos e uma criança andam perto um do outro. Os adultos são Alberto, Patrícia e Isadora. Bruno é a criança, está na mesma bicicleta que Alberto, o marido de Patrícia, irmã de Bruno.
Conversando sobre o medo de andar de bicicleta, Isadora e Patrícia seguem à frente. Bruno pede para Alberto passar pelas moças, Alberto resolve brincar com Bruno e aumenta a velocidade, colocando-se no lugar antes ocupado por Patrícia.
- Isso, Alberto! Vamos! Eu passei pela Patrícia! Ah, Patrícia, ficou pra trás!
Mais algumas pedaladas e Alberto passa com Bruno por Isadora. Bruno fica ainda mais feliz!
- Ahá! Eu passei pela Patrícia e pela tia Isadora! Vamos, elas não podem passar
na frente!
As moças riem, resolvem brincar, fingem tristeza pela suposta derrota. A partir de então, Isadora, Patrícia, Alberto e Bruno revezam o “primeiro lugar”, em uma competição que na realidade não existe, mas o que importa é ver Bruno sorrir. E assim, nos tornamos crianças diante das brincadeiras de outras crianças.
Isabela C. Santos
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