Patrícia estava tentando mais uma vez adaptar-se a nova rotina: era a chance de arrumar seu horário, deitar e levantar cedo. Talvez essa fosse a grande esperança de sua vida, ter uma vida melhor do que a quela que vinha tendo, por mais que acreditasse viver seus momentos da melhor forma possível... Havia espaço para dúvida, parecia haver algo melhor. Essa esperança lhe fazia recomeçar várias vezes, tentar o tempo que fosse necessário. Mas Patrícia sabia que o que queria era adiável, talvez por isso fosse necessário tentar tantas e tantas vezes, por sempre deixar seus planos para amanhã, até que não houvesse escolha e os prazos lhe cobrassem a responsabilidade.
Mas quanto a sua vida não havia prazo determinado, não neste caso. Também não havia maiores consequências: consequências graves, definitivas. Perder a noção das horas e recomeçar era uma possibilidade, mas recomeçar em que dia? Com certeza na segunda (porque é na segunda que se iniciam os grandes planos), se não fosse possível na terça, ou na quarta, talvez quinta, ou quem sabe na sexta. Sábado? Sábado não é dia para isso e domingo parece pedir para esperar por segunda...
Mas quanto a sua vida não havia prazo determinado, não neste caso. Também não havia maiores consequências: consequências graves, definitivas. Perder a noção das horas e recomeçar era uma possibilidade, mas recomeçar em que dia? Com certeza na segunda (porque é na segunda que se iniciam os grandes planos), se não fosse possível na terça, ou na quarta, talvez quinta, ou quem sabe na sexta. Sábado? Sábado não é dia para isso e domingo parece pedir para esperar por segunda...
Isabela C. Santos
P.S.: Esse é um dos poucos textos (na realidade desconfio que tenha sido o único) que foram editados após terem sido publicados e permanecido no blog por uma semana. Devo dizer que agora gosto muito mais dele, se você já leu e estranhou o aviso que "surgiu do nada", vale a pena checar as alterações! ;)
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