Uma pequena anotação encontrada em um dos meus cadernos com alguns toques atuais.
E naquela noite lavei a louça diversas vezes. A louça que naquela casa nunca se acumulara sobre o escorredor formava uma pequena montanha. A louça estava acumulando. Era ele quem secava a louça enquanto ela ou algum outro alguém lavava. A louça não esperava: ele a secava e guardava imediatamente. Meu avô não estava lá e não iria voltar. Eu não mais o veria secar a louça e me perguntar se eu queria café. A saudade iria nos acompanhar, eu sabia, porque ela já estava ali, junto com a dor.
Há quatro anos a louça espera um pouquinho antes de ser guardada.
Isabela Costa Santos
Comentários
Sobre esse teu texto e a saudade contida nele só tenho a dizer que senti calar fundo o coração, pois a saudade é indefinível enquanto sentir. Dá um angasgo na garganta daquele que sabe o que se diz, mas precisa do silêncio pra ser compartilhado.
Beijo!
O blog vem passando altos e baixos comigo, chegou a passar um tempo fechado, mas continua sendo um espaço que gosto muito por poder compartilhar o que sinto e penso (por este motivo continuei a postar). Fico feliz por ainda te ver por aqui e poder ler os teus comentários.
Sobre a saudade: fica aqui o silêncio.
Beijo!