Dizem que quando a gente se torna mãe passa a ter só um assunto. Vou contar uma coisa: no meu caso isso não é tão longe da realidade.
Primeiro você descobre que está esperando um neném (e por mais que tenha noção não faz ideia da grandiosidade que isso significa), então passa a pesquisar sobre gravidez, o que se desenvolve em cada semana, os exames que devem ser feitos, os itens necessários para enxoval, o que ajuda na hora do parto e tenta se preparar para o que virá. É, a gente tenta.
Então o bebê nasce e a imersão que começou na gravidez se concretiza. A gente conta os intervalos das mamadas, das sonecas, comemora quando encontra o primeiro coco na fralda e se pega segurando uma coisinha que você nem acredita que saiu de você.
É, a vida muda completamente em meses.
E como deixar de falar do bebê? Não há como. Falar do bebê é aproveitar cada instante, é a chance de encontrar pessoas que passaram ou estão passando pelo que você passou. Falar do bebê é conseguir se entender nessa nova fase: uma fase de descobertas, conquistas e, sim, de perdas.
A gente perde na gravidez quando deixa de comer diversas coisas, mas ganha quando segura o bebê no colo. A gente perde depois, quando fica em casa para o bebê não ficar doente, quando cuida da alimentação por causa do leite. A gente precisa falar, precisa viver essa fase de forma integral, porque tudo vai passar.
E, quando tudo passar, eu quero ter o máximo de lembranças de quando o meu amorzinho era pequenininho, de quando a mão dele agarrava apenas a ponta do meu dedo. De quando ele se jogava na banheira na hora do banho e eu pensava que se estivesse em uma piscina ele iria nadar. Meu amorzinho vai crescer e as conquistas dele serão ainda maiores, mas suspeito que, assim como acontece com a minha mãe, eu vou para sempre ter um bebê.
Isabela C. Santos
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